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De Coração para Coração

Beleza rara_n (1)

Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exageres ou excluas.
Sê todas as coisas.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha.
Porque alta vive.
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)

 A melhor e maior transformação que me aconteceu na vida, teve inicio com a minha caminhada Reikiana. Iniciei o voluntariado com Reiki em Junho de 2012, na instituição Ajuda de Mãe, em Oeiras. A Ajuda de Mãe acolhe mães jovens (e seus filhos) em dificuldades, no sentido de apoiar a sua (re)integração social e/ou profissional com vista à sua autonomia.
A necessidade de fazer voluntariado nasceu da vontade desmedida de querer aprender mais e de levar aos outros os efeitos mágicos que o Reiki já me tinha revelado. Esta experiência rapidamente me mostrou que o maior beneficiário do voluntariado é o próprio voluntário, cujos ganhos são para toda a vida, pois há sempre experiências, momentos, gestos, sorrisos, lágrimas, que a nossa memória jamais apagará. É um sentimento de redescoberta de si no outro. É o dar sem esperar receber, para no final nos apercebermos que recebemos muito mais do que julgaríamos possível. É aprender a dar valor ao que realmente tem valor, às pessoas, aos seus pensamentos e sentimentos. É resgatar o nosso equilíbrio enquanto Pessoa, atribuindo a devida importância e lugar a tudo o que faz parte deste mundo, coisa que mesmo presente no nosso consciente nem sempre materializamos no dia-a-dia.
O voluntariado dá-nos a oportunidade de despertar tudo isto de uma forma mágica, pois, como disse, o principal beneficiário é sempre o próprio voluntário. O crescimento e enriquecimento humanos adquiridos já ninguém nos tira e ganhamos o desafio de estender o “voluntariado” para lá dos muros das organizações onde o praticamos. Todos nós podemos ser “voluntários” em tudo o que fazemos e somos. Voluntários com os nossos familiares, amigos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos, com os animais e a natureza. É esta solidariedade global que o planeta anseia.
Encaro o voluntariado como um serviço muito sério que requer uma preparação muito honesta do voluntário, que incide essencialmente num forte sentimento interno de doar, passa também, por um estado de grande receptividade e respeito para com o outro.

“Não basta a boa vontade, o amor, a terapia, a filosofia. É preciso mais. Saber dar, saber estar com e para o doente”.
(in Reiki – Cuidados na Pessoa com doença Oncológica –APR)

Igualmente importante é a capacidade de dar sem expectar receber. Como o próprio nome indica, “voluntariado” é naturalmente não remunerado; mas receber não é só financeiramente, como já vimos, e é muito importante que o voluntário não tenha qualquer expectativa de receber algo em troca: um agradecimento, um sorriso, o reconhecimento do tratamento (mesmo que inconscientemente), mas mais importante que tudo isto (já que sorrisos e agradecimentos não faltam), é fundamental que o praticante não tenha a expectativa do resultado do tratamento. Este vazio de nada expectar, de dar sem nada intencionar é-nos retribuído com um profundo amor e sentimento de leveza interior. Identifico o sentimento na sua intensidade, e não permanência, àquilo a que os Budistas chamam soukhaestado de plenitude duradoura que se manifesta quando nos libertamos da cegueira mental e das emoções conflituosas. É também a sabedoria que permite perceber o mundo tal como ele é, sem véus nem deformações. É, por fim, a alegria de caminhar para a liberdade interior e a bondade afetuosa que irradia para os outros”.

Deste trabalho de voluntariado guardo memórias maravilhosas…

A recetividade das crianças foi o que mais me surpreendeu. Tinha a ideia que seria muito difícil manter crianças de 4-5 anos sossegadas a receber Reiki, mas fui agradavelmente surpreendida com os seus comportamentos. Muitas vezes esperavam por nós à porta de seus quartos a espreitar pela porta e quando nos viam, vinham a correr “1º sou eu!” Sou eu!”. Absolutamente delicioso. Também guardo com muito carinho um episódio de um desses meninos vir ter comigo a chorar porque a mãe o tinha colocado de castigo não o deixando receber Reiki. Naquela noite, a sua tristeza revelou a verdadeira felicidade de todas as outras.

Consigo sentir e ver todos os abraços e sorrisos trocados com todos eles, mães e filhos.

Sou profundamente grata a todos os que possibilitaram e facilitaram esta minha experiência e crescimento, à Directora da Ajuda de Mãe, Dra. Filipa Fernandes, mães e filhos que me confiaram a sua saúde e os seus filhos.

A todos Vós, o meu sincero agradecimento.

Só por hoje, sou Grata,

Diana Feliz (181 Posts)

Diana Feliz, Terapeuta e Mestre de Reiki e Karuna. Professora de Yoga na Associação de Yoga Integral de Portugal. Fundadora do projeto SERFeliz, um projeto que nasce do coração. É lá que encontramos a nossa felicidade. Tem como pilares principais as técnicas e ensinamentos de dois métodos complementares: o Reiki e o Yoga, para inspirar pessoas a viver vidas mais felizes.


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